Pela quarta vez participamos de uma das etapas do Audax Randonneurs. Esta etapa foi de 208Km, de Bertioga a São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.
A prova foi desafiadora devido a duas subidas muito fortes, a primeira no trecho da Mogi Bertioga até o mirante e a segunda a serra de Maresias.
Largamos com chuva que permaneceu durante toda a prova. Tirando os perigos normais que a chuva pode causar, como derrapagens, no mais a chuva foi bem vinda. A temperatura, apesar do dia nublado, estava alta, muito abafado. A chuva aliviava a sensação de calor o que facilitou manter o ritmo da pedalada.
O Audax não privilegia a disputa entre os participantes, por isto não existe pódio com classificação. Todos que completarem a prova dentro do tempo limite são considerados vencedores. Talvez seja por isto que ainda é comum ouvir que o Audax é uma prova fácil. O Audax está longe de ser uma prova fácil. O percurso menor é 200km e a maioria das vezes são percursos com subidas muitos fortes, como este de Bertioga. O Audax é uma prova de resistência e também de cooperação entre os participantes.
Este sentimento de cooperação é muito atraente. Fazer uma prova onde se sabe que o tempo de pedalada mínimo será de aproximadamente 9 horas, fica muito mais agradável saber que você poderá se juntar a um grupo de ciclistas para acompanhar durante a jornada. Como a organização do Audax não prevê apoio dos organizadores e o ciclista não pode contar com apoio externo, juntar-se a um grupo de outros participantes faz com que se sinta mais seguro e menos só.
Nesta prova de Bertioga tivemos o prazer de pedalar em um grupo pequeno, tanto na ida como na volta. Foi gratificante, trocamos ideias, experiências e nos motivamos mutualmente.
O Audax tem sido um excelente aprendizado de pilotagem, solidariedade e autoconhecimento. Esse tipo de prova não é uma competição, é um teste de sobrevivência em cima da bike.