Trecho faz parte do maior parque linear do mundo, que se estenderá por sete municípios quando concluído
O Parque Várzeas do Tietê, em Guarulhos, ganhou neste domingo, 22, mais um trecho de oito quilômetros de ciclovia, Via Parque e duas quadras de futebol. Todos esses equipamentos beneficiam não só a população do município, como todos os cidadãos de São Paulo, em especial os praticantes do ciclismo e os moradores do entorno, que passam a utilizá-los também como meio de locomoção.
As obras, entregues pelo governador Geraldo Alckmin, fazem parte da primeira fase do projeto Parque Várzeas do Tietê, que prevê, até 2016, a conclusão de um trecho de 25 km entre o Parque Ecológico do Tietê e a divisa de Itaquaquecetuba. Essa etapa, sob responsabilidade da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos e execução do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), terá investimento total de R$ 424,3 milhões.
A Via Parque, destinada ao trânsito local, e a ciclovia, ambas com extensão de oito quilômetros, estão localizadas na área do Parque Ecológico do Tietê, lado de Guarulhos. Começam à esquerda no final da rua Vitória Calegari e se estendem, neste trecho, sempre paralelas à rodovia Ayrton Senna, no sentido de quem chega à capital. Na altura do quilômetro 13,5 da Ayrton Senna, a ciclovia cruza a rodovia por baixo e entra pelo Jardim Metropolitano, concebido por Ruy Ohtake, cuja paisagem se torna ainda mais agradável para o passeio dos usuários. O Jardim Metropolitano integra o projeto Parque Várzeas do Tietê, com o objetivo final de auxiliar na recuperação e preservação da várzea natural do rio Tietê.
“Com o Parque Várzeas do Tietê, o trecho entre a nascente do rio, em Salesópolis, e a capital, que totaliza 75 quilômetros, terá sua várzea preservada, contribuindo para diminuir os problemas das enchentes em São Paulo”, afirmou Alckmin. O conjunto entregue hoje (ciclovia e via parque) soma investimento de R$ 35,4 milhões e se estenderá ao futuro núcleo de lazer Any Jaci, próximo à divisa entre os municípios de Guarulhos e Itaquaquecetuba. Os frequentadores também passam a contar com mais dois campos de futebol, um society e outro oficial.
Com 75 km de extensão e 107 km² de área, o Parque Várzeas do Tietê será o maior parque linear do mundo. Implantado ao longo do Tietê, unindo o Parque Ecológico, na Penha, e o Parque Nascentes do Tietê, em Salesópolis, o projeto iniciado em 2011 será concluído em três etapas, até 2022. A segunda fase terá 11,3 quilômetros e abrange a várzea do rio, em Itaquaquecetuba, Poá e Suzano, com previsão de término em 2018. A terceira fase, de 38,7 quilômetros, se estenderá de Suzano até a nascente do Tietê, em Salesópolis. São Paulo e Guarulhos serão diretamente beneficiados com a recuperação ambiental de 110 hectares, além da recomposição de 120 hectares de Mata Ciliar.
Com investimento total de R$ 1,7 bilhão, o Parque Várzeas do Tietê beneficiará diretamente três milhões de pessoas e, indiretamente, toda a população da Região Metropolitana de São Paulo, levando mais qualidade de vida a municípios desde São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis. Os frequentadores terão à disposição 33 núcleos de lazer, esportes e cultura; 77 campos de futebol, 129 quadras poliesportivas; sete polos de turismo e a ciclovia e Via Parque com 230 km de extensão (ida e volta do percurso) e passeios arborizados.
Além das imponentes e extensas áreas de lazer e equipamentos, o principal objetivo do programa é recuperar e proteger a função natural das várzeas do rio, funcionando como um regulador de enchentes, o que irá beneficiar toda a população ao longo das marginais do Tietê, salvando vidas, preservando o patrimônio de São Paulo e contribuindo para a reordenação da ocupação das margens. Antes degradadas pelo lixo e entulho, as margens receberam 150 palmeiras gerivás (nativas da mata ciliar das várzeas do rio Tietê) e 45 mil m² de grama. Outras 50 árvores, também nativas do Tietê, também serão integradas ao projeto paisagístico.
Além de recuperar e preservar o meio ambiente, a iniciativa visa também despoluir os córregos e reduzir as perdas de água em 3,8 milhões de m³. Nas várzeas do Alto do Tietê serão formadas grandes piscinas naturais, que amortecerão as cheias e serão fundamentais para complementar o efeito das obras de aprofundamento da calha do Tietê (41 quilômetros), desde a Barragem da Penha até a Usina Edgard de Souza, em Santana de Parnaíba, além das constantes obras de desassoreamento.
Para que todas essas iniciativas tenham prosseguimento, o Governo do Estado atuará nas ações de preservação e manutenção da várzea, com o apoio das prefeituras na fiscalização e demais medidas capazes de evitar novas ocupações irregulares nas áreas de várzea. Vale destacar que, para a implementação completa do Parque, foi e vem sendo necessária a remoção e reassentamento de milhares de famílias que ocupam as APAs (Áreas de Preservação Ambiental), a cargo dos órgãos habitacionais do Estado e da Prefeitura de São Paulo.