Setor produz anualmente 6 milhões de unidades,mas produção poderia duplicar com a redução dos impostos
Com todas as discussões em torno da mobilidade urbana e das alternativas para a melhoria do transporte e trânsito nas principais regiões do Brasil, o setor de bicicletas continua em stand by para o governo. Mais do que incentivar o uso da bike como meio de transporte e investir para o crescimento no número de ciclovias, o setor necessita de mais benefícios fiscais para baratear o preço da bike e de sua produção.
O setor produz anualmente 6 milhões de bicicletas para atender o mercado brasileiro, contudo este número poderia duplicar com a redução de impostos como IPI, alíquotas de importação de peças e preço do transporte e logística. De acordo com a Abradibi (Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Bicicletas, Peças e Acessórios), enquanto em países como Estados Unidos e Colômbia a carga de impostos sobre a bicicleta é zero, aqui no Brasil ela equivale a 40% do valor final do produto.
“O excesso de impostos e o recente movimento do governo federal para restringir a importação de peças impedem o setor de crescer. Se não houver mudança nesse quadro, as montadoras brasileiras não vão se beneficiar da demanda por novas bicicletas”, avalia o presidente da Abradibi, Tarciano Araújo.
IPI e Impostos:Quando levantada a questão da redução do IPI para as bicicletas, esta tentativa sempre esbarra na oposição firmada pela Suframa, que alega o prejuízo à competitividade das empresas instaladas no Pólo Industrial de Manaus. Mas, a produção de bicicletas na Zona Franca de Manaus agrega ao produto um custo adicional de transporte e logística que supera os 15% de seu custo total. Ou seja, grande parte dos benefícios dados pelas isenções locais de impostos, é consumida com o aumento dos custos logísticos.
Recentemente, com o anúncio do retorno aos patamares da TEC- Tarifa Externa Comum do Mercosul mediante a redução das alíquotas de importação, o componente “câmara de ar” foi contemplado com tal redução, porém o incentivo ainda insuficiente para tornar os preços praticados no Brasil mais competitivos. Hoje, as alíquotas de importação das câmaras de ar, giram em torno de 25 e 35%. A partir de outubro, com a revogação da lista de exceção que há um ano atinge 100 setores da economia, esse patamar deve voltar aos 19%.
Outro problema é a falta de incentivo econômico para a bicicleta como solução para a mobilidade urbana. “Estamos construindo ciclovias, mas esquecemos de desonerar a bicicleta e seus componentes de impostos, como fazem outros países, para que ela se torne um meio de transporte realmente popular”, avalia Tarciano.
fonte: Em Foco Assessoria de Comunicação – Abradibi